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Meus 10 anos com a AQUARELA

Como tudo começou...


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A pintura em aquarela, para mim, sempre foi um grande mistério.  

Eu observava os aquarelistas, suas obras e como o resultado era mágico, mas quando tentei pela primeira vez, detestei a técnica. Foi ódio à primeira pincelada! 

Por estar tão acostumada a ter o controle de tudo utilizando lápis de cor, tive muita dificuldade em compreender a liberdade da aquarela. 


Fiquei relutante por muitos anos. Até que escrevi um livro infantil. Tudo estava correndo perfeitamente bem.


Eu tinha a história, as personagens, a paleta de cores. Mas tinha um pequenino problema... Imaginei todas as ilustrações em aquarela. Não me pergunte como isso aconteceu. Eu também não sei. Só sei que com lápis de cor eu não conseguiria fazer os efeitos que estavam na minha cabeça... 



Primeira versão do meu livro "Eu Sou Especial?"
Primeira versão do meu livro "Eu Sou Especial?"

Primeiro eu tentei com pastel seco. Fiz o livro todo, montei as páginas, editei, imprimi e encadernei. Foi um grande fiasco. Mostrei para parentes e amigos e todos gostaram. Estava horrível e eu sabia disso. Não era o que eu queria.  

“Bom” - pensei – “acho que já está na hora de ‘tomar vergonha na cara’ e aprender a pintar com aquarela, senão você nunca vai ficar satisfeita”.  

E foi o que eu fiz. 


Era setembro de 2015. Guardei meu estojo de lápis de cor novinho e caro que eu tinha acabado de comprar (artista tem dessas coisas, quando cisma que quer aprender alguma técnica nova, não há nada que mude a sua cabeça), fui à papelaria e comprei o estojinho de aquarela mais simples e barato da Pentel, um bloco de papel aquarelável de uma marca desconhecida e barata e alguns pincéis.  


A cada pincelada, mais eu detestava a técnica. Eu não conseguia controlar a água. Eu não conseguia controlar as cores, eu não conseguia controlar a minha vida. 


"Eu não conseguia controlar a minha vida." 


Como assim? De onde surgiu esse pensamento? 

Parei para refletir sobre a minha vida enquanto tentava aprender aquela técnica desgraçada que estava arruinando a minha autoconfiança. Por que eu não conseguia aprender aquela técnica? Por que eu queria ter o controle de tudo?  


“Minha vida é como essa água espalhada pelo papel, eu não posso controlar, apenas guia-la pelo caminho que eu tracei e colocar as cores que eu planejei. Mas eu não consigo controlar como a cor vai se comportar quando se misturar com a outra que já estava ali. Elas vão se encontrar e eu apenas posso aproveitar aquele momento para criar uma nova parte da pintura.” 


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A partir do momento em que comecei a compreender os conceitos psicológicos da aquarela, comecei a me abrir mais e relaxar mais com a água. Comecei a enxergar a beleza de um simples borrão e a apreciar os erros. Errar é humano. E algumas vezes, dos erros são criados os mais belos momentos. 

Posso dizer que a aquarela me ensinou a viver de maneira mais livre. 

LIBERDADE. 

Esse é o conceito principal dessa técnica. É assim que ela funciona. É assim que ela te liberta.  


Comecei me desafiando a pintar todas as Princesas Disney. Foi simples e bobo. Mas eu precisava me prender a algo. 

 

E cada resultado foi único. Comecei com a Aurora e fui pintando uma a uma. Quando saiu a animação Moana em janeiro de 2016, eu já tinha feito todas as outras princesas, então concluí o desafio pintando a própria Moana. 

 


A evolução foi absurda! Em cinco meses eu havia evoluído de uma forma que nem eu mesma estava entendendo! Foi mágico. Claro que não virei a super pintora, mas eu tinha evoluído e isso foi o suficiente para levantar a minha autoestima e me dar esperança nessa nova técnica. 

  


Pintei, pintei e pintei. Errei muitas e muitas vezes. Tentei outra vez. E mais outra vez. E mais outra. 


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Esse mês eu completo 10 anos me dedicando totalmente à aquarela. E hoje eu posso dizer que não sinto vontade alguma de retornar às técnicas anteriores. Talvez para matar a saudade, continuar treinando. Ainda tenho muito a aprender. Mas posso afirmar que meu maior desejo é ser uma grande aquarelista. 


Esse ano eu publiquei o livro que desencadeou todo esse processo. E outros que estão somente no caderno de rascunhos serão publicados em breve.


Sinto-me confiante o suficiente para continuar e evoluir.



Com amor,

Robbie


 
 
 

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